By 24/07/2023

Noruega descobre reserva gigante de fosfato

Os setores da indústria agroquímica e de energias renováveis receberam com entusiasmo a descoberta norueguesa de grandes reservas de rocha fosfática. Em uma mina em Rogaland, no sudoeste da Noruega, uma equipe de pesquisadores da Norge Mining, com sede em Stabekk, na Noruega, descobriu uma reserva de minério de fosfato pesando o equivalente a 70 bilhões de toneladas, enquanto as reservas mundiais são estimadas em 71 bilhões de toneladas.
A rocha fosfática é usada para produzir fósforo, ingrediente crucial para a produção de fertilizantes. Ela também pode ser processada para se transformar em ácido fosfórico, que pode ser utilizado em uma ampla gama de produtos, desde ração animal até baterias de lítio-ferro-fosfato, que alimentam sistemas de energia solar e carros elétricos.
A dimensão da reserva surpreende até os especialistas em energias renováveis. “Esta descoberta mais do que duplica as reservas mundiais conhecidas”, disse Luís Fialho, investigador de Energias Renováveis na Universidade de Évora.
A demanda global por fósforo chega a 50 milhões de toneladas por ano. Até então, a maior quantidade de rocha de fosfato havia sido localizada na região ocidental do Saara, no Marrocos, com cerca de 50 bilhões de toneladas. Na sequência, vêm a China, com 3,2 bilhões de toneladas; o Egito, com 2,8 bilhões; e a Argélia, com 2,2 bilhões de toneladas do mineral.
Atualmente, cerca de 90% do fosfato extraído de rochas é usado pela indústria agrícola, na produção de fertilizantes. Como se trata de um recurso finito na natureza, especialistas temem que a dependência do fosfato nesse segmento leve, no futuro, a uma possível escassez de alimentos.
Recentemente, o mineral passou a ser considerado estratégico também para a indústria de chips de computador, painéis solares e baterias usadas em carros elétricos. Os dois últimos têm ganhado impulso no mercado pelos benefícios prometidos ao meio ambiente.
Fonte: CNN Portugal