By 19/07/2024

A colheita da soja e do milho está concluída em Santa Catarina. Conforme os dados levantados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), a safra 2023/2024 foi encerrada com a confirmação de uma produção menor do que a registrada na safra anterior. O cultivo mais afetado foi o do milho grão, que teve uma produção total 21,8% menor. No caso da soja, a produção total recuou 8,1% na comparação com a safra 2022/2023.

Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, a redução na produção de milho foi consequência de um encolhimento da área plantada e da produtividade média. “Houve uma redução de 8,7% na área plantada com milho em Santa Catarina, além disso, problemas climáticos ocasionaram uma redução significativa da produtividade média”, explica. Enquanto na safra 2022/2023 a produtividade do milho, no Estado, atingiu a média de 8,3 toneladas por hectare, na safra 2023/2024 esse volume foi de aproximadamente 7 toneladas por hectare, uma redução de quase 15,2%. No total, foram colhidas na safra recém encerrada 2,26 milhões de toneladas de milho.

No caso da soja, a área plantada cresceu 2,5%, mas a produtividade da primeira safra diminuiu. Conforme os dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense, na média, a produtividade da soja, na safra 2023/2024, ficou em aproximadamente 3,4 toneladas por hectare. Na safra 2022/2023 a produtividade média registrada foi de quase 3,8 toneladas por hectare. Com isso, a produção total na safra catarinense recém encerrada ficou em 2,75 milhões de toneladas.

Mercado

Na parcial de julho, o preço médio pago ao produtor catarinense pela saca de milho foi de R$57,97 para a saca de 60 quilos. Embora isso represente um pequeno recuo em relação ao mês anterior, está acima do registrado no mesmo período do ano passado. No entanto, conforme explica Elias, no acumulado do ano de 2024 a variação do preço pago ao produtor para o milho é negativa. “O cultivo do milho no Estado enfrenta sérios desafios devido à alta incidência da cigarrinha-do-milho, ao elevado custo de produção e aos preços insatisfatórios recebidos pelos produtores”, afirma.

O preço médio pago ao produtor pela saca de soja, por outro lado, tem mantido a tendência de recuperação diante dos preços registrados no início do ano. Em junho, o valor médio da saca de 60 quilos foi de R$125,90, um crescimento de 2,7% na comparação com o mês anterior. No entanto, no início de julho houve queda das cotações em função da movimentação dos fundos de investimentos, do dólar e das condições das lavouras dos Estados Unidos, que atuam de maneira importante nas cotações internacionais (Bolsa de Chicago), as quais refletem no mercado interno.

Fonte: Epagri/Cepa – SC